Dono de empresa de ambulância envolvida em acidente que matou 5 na BR-040 é denunciado por improbidade e multa ultrapassa R$ 3 milhões
Em abril deste ano, Luciano Serrinha Craveiro, já havia sido denunciado por homicídio doloso e o processo tramita na Justiça. Agora, o Ministério Público f...
Em abril deste ano, Luciano Serrinha Craveiro, já havia sido denunciado por homicídio doloso e o processo tramita na Justiça. Agora, o Ministério Público fez uma nova denúncia, especificamente para acusar o proprietário por todas as irregularidades encontradas na ambulância e na empresa, que prestava serviço para a Prefeitura de Juiz de Fora. Ambulância bate em carreta e cinco morrem na BR-040, em Santos Dumont Rodrigo Soares/TV Integração O proprietário da empresa Guardiões Resgate, responsável pela ambulância envolvida no acidente que matou cinco pessoas na BR-040, em Santos Dumont, no fim do ano passado, recebeu nova denúncia por parte do Ministério Público, que pede uma multa de mais de R$ 3 milhões. Em abril deste ano, Luciano Serrinha Craveiro, já havia sido denunciado por homicídio com dolo eventual e o processo tramita na Justiça. Agora, o Ministério Público fez uma nova denúncia, especificamente para acusar o proprietário por todas as irregularidades encontradas na ambulância e na empresa, que prestava serviço para a Prefeitura de Juiz de Fora. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região Após o acidente, o Executivo rompeu o contrato com a Guardiões Resgate e contratou a JF MED LTDA. Segundo a promotoria de Juiz de Fora, ele foi denunciado por: Entregar a direção da ambulância a pessoa não habilitada: os dois condutores da empresa não tinham requisitos legais e cursos para dirigir ambulâncias; Por ele próprio também dirigir sem a devida autorização; Expor a vida ou a saúde de pessoas a perigo: a ambulância transportava pacientes do SUS com equipe de saúde incompleta, só com estudante que cursava técnico em Enfermagem, além das más condições dos veículos; Fazer declaração falsa em documento público: pacientes teriam sido transportados em carro comum, quando na verdade declarou em documento público que o transporte foi em ambulâncias; Receber valores públicos indevidos em período que os alvarás estavam suspensos: o prestador de serviço a uma Administração Pública apropriou-se de dinheiro em proveito próprio ou alheio. O MP também abriu uma ação de improbidade administrativa, que é quando um funcionário público ou quem presta serviço para um órgão público atenta contra o patrimônio ou à Administração Pública. A promotoria pediu um ressarcimento de dano de R$ 3,3 milhões, além da proibição de fazer novos contratos com o poder público. Indiciamento Em março deste ano, a Polícia Civil indiciou Luciano e afirmou que o homem foi negligente, pois: o veículo estava sem licenciamento; os pneus estavam carecas; a manutenção do carro era feita em local não apropriado; o próprio dono atuava como motorista sem poder; a empresa não tinha responsável técnico; testemunhas relataram a falta de manutenção dos veículos. Além disso, a empresa deveria apresentar as ambulâncias para a fiscalização da Prefeitura de Juiz de Fora a cada 30 dias, o que não acontecia. Ainda conforme apuração da TV Integração, o laudo da perícia da dinâmica da batida aponta que o motivo da ocorrência foi a perda de direção do veículo em tempo chuvoso, e a condição da ambulância. Empresa foi interditada após falta de responsáveis técnicos Relatórios obtidos pela TV Integração em fevereiro deste ano mostram que a empresa foi interditada por falta de responsáveis técnicos. Os documentos das inspeções informam, também, outras irregularidades, que levaram à interdição, ocorrida pouco mais de um mês depois do acidente. Veja abaixo alguns problemas constatados na sede da Guardiões Resgate: deficientes condições de organização e higiene dos ambientes; uso de saneantes domésticos para desinfecção de materiais; falta de controle de temperatura no almoxarifado da empresa; armazenamento inadequado de roupas de cama e uniformes; falta de capacitação da equipe; ausência de registros de manutenção dos equipamentos e de identificação de motoristas profissionais que atuaram em ocorrências atendidas. Acidente deixou 5 pessoas mortas Ambulância bateu em carreta e cinco pessoas morreram na BR-040, em Santos Dumont Rodrigo Soares/TV Integração A ambulância fazia o transporte de Maiara de Freitas Cunha, de 27 anos, grávida de 32 semanas, que voltava de uma consulta em Belo Horizonte. Ela e o marido, Marcelo Conceição do Santos, de 39 anos, chegaram a ser socorridos e levados para o Hospital de Santos Dumont, mas não resistiram aos ferimentos. Leonardo Luiz Neves da Silva, motorista do veículo, a enfermeira Alessandra Chagas Motta e a médica Daniela Moraes Miranda Reis, morreram na hora. MAIS SOBRE O ACIDENTE: Ambulância bate em carreta, e cinco morrem na BR-040, em MG Ambulância envolvida em acidente que matou 5 pessoas em MG não podia estar rodando, diz PRF Empresa dona de ambulância que matou 5 em acidente é interditada; Prefeitura de Juiz de Fora rompe contrato Após rompimento de contrato com a Guardiões Resgate, Prefeitura anuncia nova empresa responsável pelas ambulâncias em Juiz de Fora 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes